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100 toneladas de biofertilizante orgânico serão entregues por mês para agricultores familiares de MS

O primeiro repasse para agricultores familiares de 150 toneladas de biofertilizante, batizado de Fertibio-MS, foi realizado no dia 14 de junho, marcando o início de uma iniciativa que pretende distribuir pelo menos 1.200 toneladas por ano, ou seja, 100 toneladas/mês. O projeto, resultado de dois anos de tratativas e estudos entre o poder público e o privado, promete revolucionar a agricultura familiar na região. Só nesta primeira fase estão sendo atendidos agricultores familiares de Campo Grande, Jaraguari, Sidrolândia, Terenos e Corguinho.


O projeto é uma parceria entre o Governo do Estado, por meio da Agraer e da Semadesc, o Grupo Organics e a AE MS Pantanal (empresa criada a partir da parceria público-privada entre Sanesul e Águas Guariroba).


No Polo de Produção Orgânico em Campo Grande, o produtor Jair Azambuja que estava preocupado com a escassez de recursos, vê a chegada do Fertibio-MS como um presente valioso. Isso porque com outras prioridades em caixa e o estoque quase vazio de insumo, produto similar utilizado em suas hortas, a carga de biofertilizante orgânico veio na hora certa.


“É uma junção de benefícios porque com essa carga de 12 toneladas doadas atende às 10 toneladas que usamos anualmente, sendo que pagamos 900 reais pela tonelada do produto mais o frete, chegamos em mil reais, ou seja, 10 mil reais só com fertilizante. É uma senhora economia”, diz Azambuja que vê também o ganho no tempo de produção porque “estávamos comprando de outros estados e isso encarece na produção que acaba sendo repassada ao consumidor. Tudo isso porque o produtor local de insumos de que tínhamos acesso era preciso fazer compostagem e isso levava três meses até que pudéssemos aplicar nos canteiros”.


Para quem conhece bem as demandas e a realidade no campo do agricultor familiar, como o engenheiro agrônomo e coordenador da regional da Agraer de Campo Grande, Valdecir Batista, a chegada gratuita do biofertilizante é um grande benefício em termos de custo e produção, permitindo economia em outros insumos e aumentando a eficiência na colheita.


“Estamos falando de um produto com Ph acima de 7, que é um Ph básico, automaticamente eu tenho menos demanda de cálcio. A cultura do tomate, por exemplo, exige que o produtor adquira fontes de nutrientes que são extremamente caras, com o biofertilizante ele pode reduzir essa aquisição e beneficiar tanto a renda do produtor quanto o valor final dos alimentos que chegam até o consumidor”, disse.


O Fertibio-MS é composto por esterco bovino e lodo das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) operadas pela Ambiental MS Pantanal. Esse material é trabalhado e processado pela empresa Organics, transformando-o em um fertilizante apto para uso agrícola. “Foi feito um trabalho junto com a Embrapa para comprovar a sanitização do biofertilizante Os testes foram acompanhados e os resultados aprovados pelo Imasul e, também, pelo Ministério da Agricultura,” explicou Osvaldo Miaki, diretor executivo da Organics Biofertilizantes.



A partir de agora, os profissionais da Ater vão acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos com o fertilizante da porteira para dentro dos sítios. A meta é que os resultados sirvam para propagar o interesse e adesão de mais agricultores familiares pelo produto.


Fotos: Agraer

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