Agricultura Familiar de MS se fortalece com crédito rural e assistência técnica
Na última safra (2015/2016), a agricultura familiar movimentou, em crédito rural no Mato Grosso do Sul, o montante de R$ 224.191.834,66 em contratos nas modalidades Custeio e Investimento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). De acordo com dados do Banco Central, os cinco municípios que mais contrataram o crédito foram: Dourados (R$ 25 milhões); Fátima do Sul (R$ 9 milhões); Itaporã (R$ 8 milhões); Deodápolis (R$ 7,885 milhões); e Ivinhema (R$ 7,750 milhões).
Dourados lidera o pódio há pelo menos 12 anos.“Além do aspecto populacional, acredito que o motivo de Dourados estar sempre entre os primeiros do ranking é devido ao serviço de assistência técnica efetiva e permanente junto aos produtores rurais e suas famílias. A qualidade e o bom atendimento do serviço prestado auxiliam nesta troca de informações com os produtores”, avalia o coordenador municipal da Agraer, Mauro Pelegrini.
E para isso, a Agraer conta com uma equipe de 330 servidores que atuam da porteira para dentro das pequenas propriedades. “O atendimento é realizado durante todo ano, diretamente com as famílias, realizando visitas mensais, dias de campo, workshop, seminários e reuniões. Orientamos em todos os aspectos da produção: preparo do solo, plantio, tratos culturais, colheita, comercialização e social incentivo na participação em feiras e exposições agropecuárias”, detalha Pelegrini.
Pronaf
O Pronaf faz parte de recursos viabilizados pelo Plano Safra da Agricultura Familiar do Governo Federal. Para a safra 2016/2017, foram disponibilizados R$ 30 bilhões para os produtores familiares de todos os estados brasileiros.
Mato Grosso do Sul possui atualmente quase 80 mil famílias de pequenos agricultores, mais que o dobro em 1990, quando eram 38 mil. Dados do último Censo Agropecuário mostram que os principais alimentos produzidos pelos agricultores familiares são mandioca (77%), café (68%) e feijão (56%).
“O benefício do Pronaf, é que o recurso adquirido pelos produtores fica no comércio local, gerando riqueza para os municípios. Existem também programas como PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) que incentivam o aumento da área e produção. Assim, a produção da agricultura familiar é consumida, também, nas escolas das cidades e pelos próprios filhos dos agricultores familiares”, lembra Pelegrini. Além disso, tem também o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), em que cada produtor tem um bônus de R$ 1,80 por saco de soja comercializado.
PAA
De acordo com dados da Secretaria de Agricultura Familiar (SAF/Sead), até setembro de 2015, os agricultores familiares sul mato-grossenses venderam quase R$ 5 milhões em produtos para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A Cooperativa dos Produtores Orgânicos da Agricultura Familiar de Campo Grande (Organocoop) vende parte da produção de frutas e hortaliças via PAA. “Entregamos mais de 300 caixas de mercadoria por produtor mensalmente. Somos 53 famílias na cooperativa. É muito importante para o agricultor familiar ter esse mercado garantido”, afirma o presidente da cooperativa, Vanderlei Azambuja Fernandes.
PNAE
O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) amplia o mercado para a produção de agricultores familiares da região. Números da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (Sead) mostram que o PNAE garantiu, em 2014, mais R$ 11 milhões em compras.
Em Sidrolândia, são 300 hectares de mandioca plantados por produtores familiares. A raiz é beneficiada em agroindústria do Projeto de Assentamento Gibóia e vendida para a merenda de escolas do município e do estado.