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Mais valor à agricultura familiar de comunidades quilombolas


No último domingo, dia 20 de novembro, foi comemorado o Dia Nacional da Consciência Negra. A data lembra a morte de Zumbi dos Palmares, ocorrida no ano de 1695. Zumbi foi um dos líderes do Quilombo dos Palmares, que lutou pela libertação dos negros escravizados durante o período colonial no Brasil. Atualmente existem mais de 2.600 comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Cultural Palmares, órgão do Ministério da Cultura.


A agricultura familiar representa uma importante fonte de renda para os quilombolas. Artesanato, extrativismo, produção cultural, turismo social e venda de produtos feitos pelas comunidades também são alternativas para complementar a renda. Na comunidade rural quilombola Chácara Buriti, localizada a 27 quilômetros de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, a economia local vem da produção de hortaliças. Alface, salsinha, cebolinha, coentro, rúcula, repolho, almeirão, pimentão, tomate, berinjela, milho, mandioca e quiabo são alguns dos alimentos produzidos pelo quilombo.


“Com mais de 76 anos de existência e reunindo 20 famílias, a comunidade Quilombola Chácara Buriti está em pleno desenvolvimento por meio de sua agricultura familiar. Hoje, a produção da comunidade é comercializada por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), em mercados e em fazendas da região”, afirma o coordenador-geral das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Estado e morador da comunidade, Antônio Borges dos Santos.


As comunidades quilombolas brasileiras contam com uma série de ações do Governo Federal para fortalecer a valorização e preservação cultural, a produção regional e o desenvolvimento sustentável. Entre elas, está o Selo Quilombos do Brasil que identifica os produtos agrícolas, artesanais e alimentícios produzidos por essas comunidades tradicionais.


De acordo com Antônio Borges, a comunidade Chácara Buriti foi a primeira a receber do então Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que passou a ser a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), o selo Quilombos do Brasil. “Com o selo, ficou muito mais fácil a comercialização das mercadorias, além de agregar valor ao produto também é um instrumento importante para o reconhecimento da identidade quilombola”, destaca.


Identidade cultural

O Selo Quilombos do Brasil, criado no âmbito do Programa Brasil Quilombola (PBQ), é um certificado de origem que tem como objetivo atribuir identidade cultural aos produtos de procedência quilombola.


Para requisitar o Selo Quilombos do Brasil, o solicitante precisa comprovar que o produto é sustentável, agrega valores étnicos e culturais, além de ser feito com matérias-primas locais. A partir da solicitação, a Sead terá até 60 dias para se manifestar quanto à aprovação. A certificação terá validade de cinco anos e será permitida para a identificação de produtos como verduras, legumes, polpas de frutas e laticínios, artesanato, geleias e doces, entre outros.


Por: Assessoria de Comunicação da Sead

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