Entidades sindicais se preparam para Dia Nacional de Mobilização contra Reforma da Previdência
A Proposta de Emenda à Constituição 287/2016, a chamada Reforma da Previdência, é vista pelas entidades sindicais como um dos maiores ataques aos direitos dos trabalhadores brasileiros. Em todo país, entidades sindicais estão se organizando para tentar barrar essa PEC, por isso, agendaram para este 15 de março o Dia Nacional de Paralisação e Mobilização contra a Reforma da Previdência.
Aqui em Mato Grosso do Sul, após reunião nessa segunda-feira (dia 13), os sindicatos que compõem o Fórum dos Servidores Públicos, entre eles o Sinterpa, deliberaram a agenda de ações, para o dia 15 de março, em Campo Grande:
- As entidades vão participar da passeata dos professores estaduais e municipais, que começa às 8h, na sede da ACP, e segue até a Praça do Rádio. Os professores aprovaram em assembleia entrar em greve por tempo indeterminado devido a falta de cumprimento de acordos de aumentos salariais e também contra a reforma previdenciária;
- Os sindicatos vão realizar ato público contra a reforma, às 10h, em frente à Assembleia Legislativa.
Esse Dia de Mobilização tem intenção de sensibilizar a população para a gravidade da proposta, fazer uma grande pressão nos 11 parlamentares da bancada de MS para votar contra a reforma e mostrar a união e mobilização permanente dos trabalhadores sobre o Congresso Nacional.
A orientação a todos os trabalhadores e servidores é que enviem, neste dia 15, e-mails aos parlamentares federais sul-mato-grossenses solicitando que votem de acordo com os interesses do povo. As entidades também pretendem fazer outras ações para sensibilizar os deputados federais e senadores.
Após as manifestações deste 15 de março, será realizada uma reunião para organizar a campanha publicitária do Fórum mostrando os malefícios da reforma e também será organizada uma grande mobilização, para dia 1º de abril, com entidades e trabalhadores de todo o Estado que vão tomar conta das ruas da Capital.
"É preciso organizar a resistência e conscientizar a população sobre o brutal ataque aos direitos que vem sendo patrocinado pelo governo Federal. Precisamos nos mobilizar para tentar barrar essa PEC", afirmou o presidente do Sinterpa, Edimilson Volpe.
A Reforma da Previdência
Especialistas em previdência social afirmam que a PEC 287 vai acabar com a aposentadoria. Uma das principais críticas é o estabelecimento da idade mínima de 65 anos para homens e mulheres, para trabalhadores da cidade e do campo, dos setores público e privado – a proposta não leva em conta as peculiaridades de cada grupo, como a jornada dupla das mulheres ou o trabalho exaustivo embaixo do sol forte do trabalhador rural. Para um trabalhador se aposentar aos 65 anos, com 100% da média, terá que começar a trabalhar aos 16 anos e contribuir durante 49 anos ininterruptos.
Uma cartilha que vem sendo distribuída pela Frente Estadual em Defesa da Previdência Social, dos Direitos Trabalhistas e Serviços Públicos e do Núcleo Capixaba da Auditoria Cidadã da Dívida, “Reforma da previdência, reforma trabalhista e dívida pública”, traz dados da ANFIP (Associação Nacional dos Fiscais da Previdência) que comprovam que o dinheiro arrecadado para a Seguridade Social, em que a Previdência faz parte, é mais do que suficiente: na verdade, sobram recursos. Em 2014, o superávit foi de R$ 53,8 bilhões e, em 2015, R$ 23,9 bilhões.
Nesta mesma cartilha, os argumentos mostram que a reforma da previdência é para atender aos interesses dos banqueiros, grandes empresários, fundos de pensão e favorecer a previdência privada.