Reforma de pastagem contribui da conservação do solo à produção de leite
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Nos assentamentos Nossa Senhora das Graças e no Melodia, em Ribas do Rio Pardo, 30 produtores de leite vêm recebendo a assistência técnica devida do zootecnista da Agraer, Antônio Marco Júnior, dentro da produção de leite. Iniciado no final de 2017, o trabalho tem mostrado bons resultados com pasto renovado, rebanho nutrido, solo protegido e, claro, o balde cheio com redução de custos.
Para o zootecnista, a melhor forma de garantir boa produção de leite é oferecer alimento cultivado dentro do sítio. “Na agricultura familiar o que falta é comida, alimentação, suficiente para as vacas manifestarem seu potencial. Os produtores foram instruídos a preparar uma alimentação com quantidade e qualidade mais adequadas. O alimento mais barato que se possa fornecer aos animais é aquele produzido dentro da sua propriedade”, garante.
E para que isso de fato acontecesse, os produtores foram orientados a começar do zero, ou seja, do trato do solo à construção de piquetes. Análise de solo, gradeação, calagem (aplicação de calcário para correção de acidez), adubos, aplicação das sementes das capineiras (Mombaça e braquiara), o plantio de cana-de-açúcar em uma área delimitada para alimentação animal, formação de piquetes e manutenção do pasto foram às medidas adotadas dentro do projeto.
“A gente comprou o calcário, mas a carreta era da Agraer, custo zero no frete, e porque teve parceria com a prefeitura no combustível. O Júnior também conseguiu com a prefeitura a calcareadeira, não pagamos o aluguel, também, foi de graça a análise de solo. Recebemos cana de qualidade, melhorada”, disse o produtor Ademilson Vergot, do assentamento Nossa Senhora das Graças que se sente satisfeito com as mudas de cana-de-açúcar doada pelo Cepaer (Centro de Pesquisa e Capacitação da Agraer), “ao contrário do milho que precisa de replantio, a vantagem da cana é que ela rebrota. A gente vai só corrigir o solo, adubar e tem como ter cana por três ou quatro anos sem se preocupar com as mudas”.
A indicação da cana foi feita pelo zootecnista por ser viável a realidade dos dois assentamentos, principalmente, no período de estiagem, inverno. “A cana, se plantada de maneira correta, pode render de 120 a 150 toneladas de matéria verde por hectare, o que a torna interessante em uma pequena propriedade. É um alimento que tem menor valor nutricional se comparado a silagem de milho, por exemplo. Porém, tem como fazer correção de solo com o uso de ureia, elevando de 3% para 12% a quantidade de proteína”, explica o zootecnista Antônio Marcos Júnior.
O produtor Ademilson conta que teve um custo de R$ 3 mil reais na recuperação de 3 hectares, sendo que no ano passado, entre as idas e vindas comprando silagem em Campo Grande, o gasto foi de R$ 4 mil. “Hoje, tenho cana e o pasto de braquiara e mombaça. Tenho variedade, uma maior oferta de alimento para as vacas que é para não enjoar. São bem tratadas e eu estou satisfeito com o esforço do Júnior”, conta.
O produtor José Aparecido dos Santos, também do assentamento Nossa Senhora das Graças, revela que fez investimentos em torno de R$ 7 mil. “Compensou sim. As vacas já têm bezerros, estão nutridas. Têm leite para as crias e para a comercialização. Elas não emagrecem, o pasto está verde e a gente tem que pensar que uma vaca come de 30 a 20 quilos e, quando não tinha, já cheguei a dar só 10 quilos. Hoje está mudado”.
Ele aproveitou o momento para também buscar acesso ao crédito do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). “Para ter leite, tem que ter pasto e isso é certo. E sem auxílio dado pela Agraer ou dinheiro, não se faz nada. Então, fiz um empréstimo de R$ 27 mil para compra de três vacas, uma trituradeira de cana, um reservatório e investi na reforma do pasto. A roda d’água eu fiz por conta própria”.
Todas essas ações ajudam o produtor a enfrentar os problemas de mercado, contribuir com a qualidade do leite, garante a preservação do solo e, claro, um retorno financeiro. “Antes a produção ficava em 20 a 25 litros de leite e tem dias que já cheguei a 50 litros. A gente dobrou a produção e tudo isso devemos as parcerias”.
Por: Agraer