Famílias de assentados e indígenas são capacitadas para criação de abelhas nativas sem ferrão
No final do mês de janeiro, foram realizadas oficinas com 15 famílias de assentados e indígenas dos municípios de Caarapó e Douradina que receberam capacitação técnica para a criação de abelhas nativas sem ferrão. A atividade é parte do Projeto Tembiu Porã, desenvolvido em parceria pela CPT/MS e a Agraer, e tem como objetivo possibilitar a estas famílias a oportunidade de uma atividade rentável, associando o conhecimento tradicional às novas técnicas e à preservação.
O Projeto Tembiu, que tem apoio da agência de Cooperação Alemã Misereor e do Itaú Ecomudança, está sendo trabalhado em três comunidades, com as famílias do assentamento Nazareth, de Sidrolândia, e dos territórios tradicionais indígenas Guarani e Kaoiwá, Nhamoi Guarivay’i, de Caarapó, e Guirakamby’í, de Douradina, através da implantação de sistemas agroflorestais, meliponários, apiários, capacitação e acompanhamento técnico às famílias.
Além da oportunidade de capacitação das famílias envolvidas no projeto em relação às diversas técnicas de criação e manejo das abelhas nativas, as oficinas possibilitaram o diálogo entre o saber técnico e o tradicional em relação à criação e importância desses animais. A capacitação foi realizada pela zootecnista da Agraer, Jovelina Maria de Oliveira.
Nas próximas etapas do projeto, serão realizadas outras oficinas de formação, acompanhamento técnico às famílias, e distribuição de insumos básicos para a criação de abelhas.
Abelhas Nativas
Assim como os povos indígenas, as abelhas melíponas – espécies nativas desprovidas de ferrão, já residiam no Brasil antes mesmo de 1.500. As melíponas povoam diversos biomas do território brasileiro com mais de 300 espécies. A meliponicultura é uma atividade de criar abelhas deste grupo, diferindo da apicultura que é a atividade de criação das abelhas Apis mellífera, popularmente, conhecidas como “europeias” ou “africanas”.
O mel dessas abelhas também possui um grande valor medicinal. Sabe-se que ele possui, também, uma elevada atividade antibacteriana sendo usado contra doenças pulmonares, resfriado, gripe, fraqueza, e infecções de olhos. “Costuma-se dizer que a melhor espécie de abelha é a que produz mel, ou seja, todas as espécies com ou sem ferrão tem o seu nível de importância”, enfatizou a zootecnista da Agraer, Jovelina Maria de Oliveira.
Fotos: Agraer