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Abelhas sem ferrão compartilham o campus com a comunidade universitária na UFGD


Quem passou pela Faculdade de Ciências Biológicas (FCBA) da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), recentemente, deve ter percebido cinco casinhas diferentes por ali: agora, a universidade tem abelhas sem ferrão como novas moradoras do campus. Essas colônias foram instaladas no local para que a comunidade universitária, em contato com os insetos, desperte consciência, interesse e respeito por esses animais, que são uns dos mais importantes polinizadores de nossa fauna.


Além de atuarem diretamente na polinização de plantas nativas, contribuem indiretamente para a conservação da fauna. Essas abelhas também são importantes no cultivo de diversas culturas para produção de frutos e sementes e se configuram como atividade sustentável alternativa para geração de renda. Estima-se que hoje, no Brasil, existam cerca de 100.000 meliponicultores, que são criadores de abelhas sem ferrão.


As abelhas sem ferrão existem em toda a faixa tropical e subtropical do planeta, mas é no Brasil que está concentrada a maior biodiversidade deste grupo, cerca de 60%. Conhecidas como meliponíneos, são abelhas cujo aparato de ferrão está reduzido, o que impede que elas o utilizem como defesa, como o faz muitas espécies de himenópteras, ordem a qual pertencem. Nesta ordem estão agrupadas as abelhas, formigas e vespas. Por não picarem, os meliponíneos podem ser criados por qualquer pessoa, sem restrição de idade.


A princípio, foram instaladas cinco colmeias, mas, dependendo de como for a adaptação ao campus, pode ser que outras sejam espalhadas pela UFGD. “Instalei essas primeiras caixas para ver como funcionaria, tanto por parte das pessoas, como por parte das abelhas. Se houver interesse, mais colmeias poderão ser instaladas, não só ao redor da FCBA, mas também pelo campus”, explica José Benedito Perrella Balestieri, coordenador do projeto.

Este projeto está vinculado ao Museu da Biodiversidade (MuBio) da FCBA e as colônias poderão servir de apoio a projetos de ensino (como o “Biologia e conservação dos meliponíneos e ecologia da polinização”), projetos de pesquisa e projetos de extensão. As caixinhas estão protegidas e o mel e própolis dessas abelhas só serão colhidos para fins de pesquisa. “Existe um grupo de pesquisadores na FCBA que estuda as propriedades do própolis das abelhas sem ferrão e normalmente sou eu que colho”, afirma o professor.


Quem tiver curiosidade pelos bichinhos, nos suportes das colmeias tem uma placa de identificação da espécie e também um QR code, que leva ao site com mais informações: https://sites.google.com/ufgd.edu.br/abelhassemferrodoms/. Na primeira página do site, tem mais dois QR code, um do Instagram do pesquisador e outro do grupo de Whatsapp sobre abelhas sem ferrão do MS. Se o interesse for em utilizar os melipolíneos para pesquisas, é possível enviar um e-mail para josebalestieri@ufgd.edu.br.


Hotéis de abelhas

Existem vários pesquisadores da UFGD, tanto de ciências biológicas quanto de agrárias, que estão preocupados com a diminuição da quantidade de abelhas no mundo, afinal, esses insetos possuem grande importância na manutenção da vida no planeta. É através de sua polinização que se reproduzem a maior parte das plantas, sejam frutas, legumes, grãos, dentre outras.


Pensando nisso, também estão instalados no campus os chamados hotéis de abelhas, que servem como residência provisória para abelhas e vespas solitárias. Um dos responsáveis por um desses hotéis é o professor Samuel Boff, que explica que, diferente das abelhas sem ferrão, que se organizam em colmeias, abelhas e vespas solitárias não formam grandes colônias, como outros insetos sociais (ex: abelha africana). Os ninhos são formados por uma única fêmea ativa, que coloca os ovos no interior da cavidade e morre antes da emergência da cria, então não há sobreposição de gerações.


Segundo Samuel, a UFGD teve o primeiro hotel de abelhas de Mato Grosso do Sul, implementado em 2016. A estrutura é feita de madeira resistente e oferece cavidades de diferentes tamanhos para as abelhas em troncos, bambus e tocos. Mubio


O Museu da Biodiversidade faz parte da estrutura da FCBA e tem como finalidade incentivar pesquisa, promover a inovação científica, formar recursos humanos, conservar acervos e comunicar conhecimentos nas áreas de Ciências Naturais e Humanas relacionadas aos biomas Atlântico, Cerrado e Pantanal brasileiros. O museu já tem estruturada uma coleção de entomologia (insetos) e herbário (botânica), que podem ser visitados por qualquer pessoa no saguão da FCBA.

Texto e fotos: Jornalismo ACS/UFGD


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