Dia do Engenheiro Agrônomo: a importância da profissão para os pequenos produtores
O trabalho de um engenheiro agrônomo abrange diversas atribuições na agricultura, sendo responsável pelas técnicas de melhoramento do plantio, combate a pragas, colheita, armazenamento e até a comercialização dos produtos de origem vegetal e animal. Neste 12 de outubro, Dia do Engenheiro Agrônomo, o Sinterpa destaca a importância deste profissional que contribuiu para o desenvolvimento rural do nosso país, através do trabalho que desenvolve com os pequenos produtores e agricultores familiares.
Essa é uma profissão centenária, sendo que em 12 de outubro de 1933, no Governo Getúlio Vargas, a profissão de Engenheiro Agrônomo foi regulamentada no Brasil, através do Decreto nº 23.196.
A engenheira agrônoma Solange Maria Radaelli está há 35 anos atuando na área de Assistência Técnica e Extensão Rural. Ela entrou na antiga Empaer no ano de 1988. Trabalhou nos escritórios locais de Laguna Carapã e Douradina e, em 2000, foi transferida para atuar no Escritório Local de Dourados, onde permanece até hoje.
Segundo a engenheira agrônoma, as suas ações foram sempre voltadas à extensão rural, através do apoio às políticas públicas de crédito, seguro e comercialização, capacitação das famílias, assistência técnica, organização e estruturação de grupos de pequenos produtores rurais, assentados e quilombolas.
“É sempre muito inspirador e gratificante contribuir para o incremento da renda familiar, da melhoria da qualidade de vida das famílias assistidas, através da autonomia por elas conquistada na geração da própria renda, promovendo assim a inclusão social e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida dessas famílias”, disse.
Solange conta que conciliar o trabalho com as funções de mãe não foi difícil, pois sempre teve o apoio da família, mas um dos desafios desde a sua época de formação acadêmica foi caminhar por entre uma profissão que é predominantemente masculina.
“Muitas vezes duvidam da competência da mulher nessa área de atuação. Mas, felizmente, ao longo dos anos em que estive na Ater, fui acolhida sem distinção, já que a Agraer promove a igualdade de oportunidades pela competência, independente do gênero”, comenta.
DEDICAÇÃO POR QUATRO DÉCADAS
O gaúcho e engenheiro agrônomo João Carlos Pegoraro Stefanello também está há 44 anos se dedicando à extensão rural. Ele começou como extensionista na Emater/MT, em 1978, e depois foi para a antiga Emater/MS, no ano de 1987 , passando pela Empaer, Idaterra e, agora, Agraer.
João Carlos lembra dos vários ciclos que enfrentou ao longo dessas quatro décadas, a exemplo, do café que foi dizimado pela geada em 1975 ou do leite que despencou, o que forçou os produtores a vender praticamente todo o rebanho para saldar a dívida junto ao banco.
“Vivemos épocas diferentes de altos e baixos, crescemos e sofremos juntos com nossos parceiros. Em momentos bons, nos alegramos por termos contribuído, mas nos momentos difíceis, nos sentimos incapazes às vezes de reagir, porém, nunca perdemos a esperança, pois temos o apoio das famílias que realmente são atingidas”, lembra.
O engenheiro agrônomo, que trabalha na cidade de Glória de Dourados, disse que ele e seus colegas são vistos pela comunidade como apoiadores e que confiam neles abertamente o compromisso de que irão buscar respostas às demandas solicitadas.
João Carlos conta ainda que os desafios da profissão são identificar propostas de êxito, principalmente, porque as famílias são numerosas, com área de terra limitada e em busca de sobrevivência; alternativas de diversificação para atender a demanda dessas famílias; e orientação aos produtores para gerar melhoria na produção.
“Normalmente são famílias numerosas com pouca terra disponível para sobreviver, foram à luta com nosso apoio e deram a volta por cima. A minha profissão fez vivenciar a luta de muitas famílias e a importância de cada um de nós como protagonistas do desenvolvimento na área rural”, conclui.
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