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Tecnologias ajudam comunidades quilombolas sul-mato-grossenses



Cultivares de mandioca e de capim-elefante, desenvolvidas pela Embrapa, foram plantadas em duas comunidades quilombolas em Mato Grosso do Sul, a de Furnas do Dionísio, no município de Jaguari, e a de Furnas da Boa Sorte, em Corguinho. Coordenado pela Superintendência de Agricultura Federal de Mato Grosso do Sul (SFA/MS) com a participação da Embrapa Agropecuária Oeste, o projeto conta com o apoio das prefeituras dos dois municípios e da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural do estado (Agraer). Além de mandioca e da forrageira, já foram plantadas nas comunidades cana-de-açúcar, milho e várias hortaliças. Os recursos provêm do próprio Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).


Celso Martins, fiscal federal agropecuário lotado na SFA/MS, explica que essa iniciativa partiu do trabalho do Mapa de fortalecimento da cadeia produtiva de pequeno agricultor e de comunidades, como o caso das quilombolas. “Foi identificada [em ambas as comunidades] fragilidade tecnológica na produção de mandioca e cana-de-açúcar,” relata Martins.


Entre os objetivos do projeto está o de dar acesso às comunidades a informações e tecnologias de processamento de produtos alimentícios de cana, como rapadura, melado e açúcar mascavo e de farinha, no caso da mandioca, segundo o pesquisador Auro Akio Otsubo, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agropecuária Oeste. “Com isso, pretende-se aumentar a renda desses produtores”, complementa ressaltando que a Embrapa passará também técnicas de manejo voltadas a aumentar a produtividade.


As cultivares de mandioca plantadas são provenientes do programa de melhoramento genético da Embrapa Cerrados: BRS 399, BRS 429 e BRS 398 (mandioca de mesa) e BRS CS01, BRS 417, BRS 418, BRS 419 e BRS 420 (variedades indicadas para indústria). E o capim-elefante é a BRS Capiaçu introduzido com o intuito de melhorar a disponibilidade de alimento para o gado leiteiro.


O pesquisador conta que os materiais de mandioca plantados apresentam vantagens como resistência ou tolerância às doenças e pragas e promovem maior cobertura do solo, diminuindo a necessidade de capinas. Na cultura da cana, os produtores foram instruídos a identificar a melhor época de utilização de cada material, o que deve resultar em maior produtividade no processamento industrial dos produtos.


Além da presença frequente dos técnicos da Agraer, as comunidades receberão visitas mensais dos profissionais da Embrapa. Estão previstos treinamentos específicos como o curso de manejo integrado de pragas de mandioca e de processamento de rapadura com outras matérias-primas, como o jaracatiá.


Nilson Abadio Martins, quilombola da Furnas do Dionísio, conta que a comunidade existe desde os meados dos anos 1890 e engloba hoje 110 famílias. O grupo comercializa derivados da cana-de-açúcar como melaço, rapadura e açúcar mascavo; farinha de mandioca; mandioca; milho; hortaliças, banana, poncã, limão, manga, doces de fruta, rapadura de leite, banha porco, laranja, entre outros.


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