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Desafios da assistência técnica



Com quase 80 mil famílias, a agricultura familiar de Mato Grosso do Sul tem como maior desafio elevar a produtividade e rentabilidade na atividade rural. Informações divulgadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) apontam ainda que o grupo é responsável por 60% dos alimentos produzidos, com destaque para produção agrícola.


Uma das iniciativas que tem demonstrado maior eficiência nesse processo de apoio ao segmento familiar é a Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), que leva aos produtores atividades como: visitas técnicas mensais, capacitações, dias de campo, seminários e consultoria para projetos apresentados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).


No Estado, o órgão responsável pelo atendimento é a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), que coordena e executa convênios e programas voltados para 32 mil famílias cadastradas em diferentes atividades rurais.


De acordo com o gerente de Abastecimento e Desenvolvimento Agrário (GDA/Agraer), Araquem Midon, uma das metas da instituição é reduzir gradativamente a dependência de MS por alimentos adquiridos de outros estados. “Nossa proposta é fortalecer a agricultura familiar, de forma que o desenvolvimento dos produtores possa repercutir na queda dos índices de importação. Atualmente mais de 80% dos produtos consumidos pelos sul-mato- grossenses são proveniente de outras regiões e temos levantamentos apontando que, de 10 alimentos postos na mesa da população, apenas três não têm condições climáticas favoráveis ao cultivo: batatinha, maçã e cebola”, detalha.


Incentivo à comercialização


Um dos principais gargalos citados pelos pequenos produtores é o acesso à comercialização de produtos no comércio local. Com base nessa realidade, a Agraer coordena programas que contribuem para qualidade da produção e ainda que auxiliem na distribuição da produção.


Na avaliação de Midon, o Centro de Pesquisa da Agraer (Cepaer) contribui com a realização de pesquisas científicas e tecnológicas que tem objetivo de aperfeiçoar as atividades rurais com boa performance no estado. “Olericultura, Fruticultura, Pecuária de Leite, Produção de Forrageiras e Oleaginosas são algumas das linhas de pesquisa. Contudo, temos importantes estudos na produção de guavira, algodão colorido, bicho da seda e mel”, elenca o gestor.


No quesito comercialização da produção regional, existe um departamento instalado dentro da Central de Abastecimento (Ceasa-MS) denominado Centro de Comercialização da Agricultura Familiar. O projeto tem objetivo de oferecer instalações para comercialização feita pelo próprio agricultor familiar sem a intervenção de atravessadores.


Dourados


O anúncio feito pelo governador Reinaldo Azambuja em abril, sobre a instalação de uma unidade da Ceasa no município de Dourados, recebeu apoio da prefeitura que doou uma área de 4,12 hectares, situada estrategicamente no trevo da BR-163. Os investimentos devem atingir valores em torno de R$ 9 milhões.


A construção da unidade será feita por meio de licitação prevista para acontecer em 2018, visto que é preciso obter primeiro a aprovação da concessionária responsável pelo trecho (CCR MS Vias) e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). “A equipe da Agraer elaborou um projeto atendendo as coordenadas da empresa, o qual já foi entregue. Agora aguardamos o retorno, para dar continuidade ao trâmite”, explicou a diretora-executiva, Gisele Farias.


Cenário da Capital


Em Campo Grande, a administração municipal é responsável pelo atendimento da agricultura familiar, por intermédio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e de Ciência e Tecnologia (Sedesc). A pasta conta com uma superintendência focada no desenvolvimento econômico de 1.015 famílias moradoras na área rural do município, distribuídas em 24 comunidades.


O superintendente João Krabbe explica que as ações realizadas pela prefeitura incluem desde a Assistência Técnica até os processos de transformação da matéria- prima, capacitação, prestação de serviços de motomecanização (preparo do solo), e comercialização da produção.


“Desenvolvemos projetos focados no potencial produtivo de cada comunidade com atendimento na área de produção animal, produção vegetal, fruticultura e principalmente hortaliças. Nosso intuito é estimular a médio e longo prazo um planejamento estratégico para cada comunidade, de forma a aproveitar as expertises dos grupos”, argumenta.


Krabbe destaca que as parcerias com instituições, como: a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural de Mato Grosso do Sul (Agraer), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/MS), Serviço de Apoio à Pequena e Microempresa (Sebrae-MS) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Gado de Corte), são fundamentais, no sentido de profissionalizar a produção das famílias que sobrevivem da atividade rural.


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