Dia do Extensionista Rural: Celebrando a dedicação e desafios no desenvolvimento do setor agrícola

Nesta quarta-feira, 06 de Dezembro, é comemorado o Dia do Extensionista Rural. A data foi instituída em 1948 pelo Governo Federal, como forma de homenagear e reconhecer o trabalho essencial do agente que trabalha com o objetivo de desenvolver o setor rural. O profissional da extensão busca fortalecer a economia da família rural e assegurar a segurança alimentar, além de facilitar o acesso a políticas públicas.
De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Assistência Técnica e Extensão Rural, Pesquisa Agropecuária e Regularização Fundiária (Asbraer), dos 5.569 municípios do país, a Ater pública atua em 5.007. No censo de 2023 da associação, o Brasil conta com 20.018 extensionistas de campo e administrativos que atendem 2.420.485 famílias em todo o território nacional, sendo a Ater pública o serviço com maior alcance.
Uma dessas extensionistas é a Maria Clara Domingos dos Santos Meurer, servidora da Agraer há 20 anos. Formada em assistente social e pós-graduada em Gestão Pública, Maria atua na cidade de Sidrolândia-MS, onde reside no Assentamento Geraldo Garcia.
“Fui assentada da reforma agrária e, ser extensionista, para mim que sou filha de agricultores familiares, é cumprir uma missão de relevante importância no nosso país, pois trabalhamos para que as políticas públicas cheguem até as famílias que produzem o alimento que vai à mesa do povo brasileiro”, destaca Maria Clara.
A extensionista rural trabalha com as famílias assentadas responsáveis por agroindústrias e na gestão do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e PAA (Programa de Aquisição de Alimentos). Com famílias indígenas, ela auxilia nos projetos do PNAE municipal , além disso, presta assistência técnica para 5 agroindústrias de panificados, 6 de mandioca congelada e uma em processo de formalização, 1 de rapadura, 2 de doces e 1 de colorau em processo de implantação.
“É muito trabalho, mas é gratificante. Trabalhar como extensionista é algo que me proporciona imenso contentamento e realização profissional, pois a agricultura familiar para mim é uma CAUSA a ser defendida e a extensão rural me oportuniza, como servidora pública, trabalhar nessa política pública que é a Ater, que tem essa categoria da classe trabalhadora como público alvo”, ressalta a servidora da Agraer.
Apesar das atividades contínuas desses profissionais ajudarem no fortalecimento agrícola, assim como celebrar a relevância do setor para o país, há muitos desafios, como a valorização profissional. Para a extensionista Maria Clara, é necessário o engajamento nas lutas políticas e sociais.
“Como classe trabalhadora que sou, exercendo minha profissão numa sociedade capitalista, é lógico que o meu agir profissional se dá dentro do processo da luta de classes. Por isso, para conseguir valorização, salários “justos”, e demais conquistas, se faz necessário o engajamento nas lutas políticas e sociais por garantia e preservação de direitos e, como trabalhadora e mulher, a luta é maior ainda, pois é preciso combater o machismo e o patriarcalismo que é estrutural e, infelizmente, ainda é predominante em nossas instituições. Daí a importância de ser sindicalizada”, complementa.
Além de suas responsabilidades junto às famílias assentadas, Maria Clara também se dedica ao cultivo de sua própria terra, cuidando de uma horta e de um belo jardim.
Para celebrar a data e os profissionais, o Sinterpa presta uma calorosa homenagem a todos os extensionistas rurais, verdadeiros agentes de transformação no cenário agrícola brasileiro.
“Seu comprometimento, dedicação e luta diária são fundamentais para o fortalecimento da agricultura familiar e para a construção de um país mais justo e sustentável. Parabéns pelo Dia do Extensionista Rural”, complementa a presidente do Sinterpa, Leda Regina Monteiro Perdomo.
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